Um dos processos que considero mais importante na área da docência são os momentos de avaliação. Mas avaliar o quê, como e para quê...?
Na nossa realidade atual, a avaliação assume um papel crucial no ensino da Matemática, pois é dele que alunos e professores obtém parcialmente ou totalmente uma pontuação do desempenho e prestação do aluno no final do período.
Correspondendo maioritariamente em fichas de avaliação sumativa, julgo que nós, professores, e mais especificamente, professores de Matemática, possuímos uma visão demasiado restrita em relação a um assunto que poderá ser muito mais do que fichas de avaliação individuais de \(n\) minutos. Outros tipos de avaliação podem ser considerados e outros paradigmas de avaliação mais ricos e com mais substância avaliativa poderão ser aplicados. O poder da imaginação e da criatividade é todo nosso.
Entre uma avaliação: sumativa ou formativa; individual ou coletiva; a curto ou a longo prazo; mais criativa ou mais objetiva; em duas, três, quatro ou n fases; em sala de aula ou no exterior; .... No meio de tantas condicionantes e de tantos tipos de instrumentos de avaliação existentes, quanto mais criativos e variados forem os instrumentos de avaliação, mais fidedigna será a atribuição do desempenho do aluno pelo professor.
Não podemos também esquecer que a avaliação deverá incidir em conhecimentos e capacidades que foram abordados e explorados em sala de aula. Como diz o velho dito popular “Ninguém nasce ensinado”. Assim, não faz sentido colocar em contexto de avaliação sumativa uma questão aos alunos que envolvam conhecimentos e capacidades que saem fora da sua realidade e da sua perceção.
Nós, professores de Matemática, temos que perceber que a aprendizagem e aquisição de conhecimentos é feita a longo prazo e não a curto prazo. O curto prazo é inimigo da perfeição e leva a que conhecimentos adquiridos de uma forma muito rápida sejam esquecidos à mesma velocidade da sua assimilação.
O decorar é incompatível com a aprendizagem, pois memoriza-se agora para daqui a cinco minutos esquecermos. Percebe-se uma vez e a ideia ficará para sempre. A avaliação que promove o decorar é uma má avaliação. Uma avaliação que deixa o perceber, o investigar e o aprender florescer é uma excelente avaliação.
E sim caros professores de Matemática.... A avaliação também consegue ser subjetiva e deverá ser subjetiva. O que considero ser um conhecimento muito importante de um aluno aprender poderá ser menos importante para um outro colega de Matemática. O que considero ser um bom aluno poderá ser um muito bom aluno para outro colega de Matemática. O ato de avaliar é definitivamente subjetivo e não é por acaso que todos nós, professores de Matemática, sentimos dificuldades em fazê-lo.
Mas voltando á questão inicial…. Avaliar o quê...? O máximo de capacidades, atitudes e conhecimentos possíveis dentro das aprendizagens realizadas. Avaliar como...? Tantos pressupostos de aplicação da avaliação. Avaliar para quê...? Para a promoção da aprendizagem em sala de aula.